Continuo a pensar em ti todos os dias avó. E quando digo todos os dias, sao mesmo todos. Seja durante o dia ou à noite quando me deito. Ha sempre alguma coisa que me faz lembrar te. Hoje de manha na tv falavam de avós e netos. Perguntavam aos mais pequenos qual era o prato que mais gostavam feito pelas avós. Lembrei me instantaneamente das tuas fatias douradas cobertas de açucar. Jamais provarei sequer parecidas.
Fazes me falta. Depois de partires fiquei com um medo terrivel da morte. Nao a minha, mas de quem me rodeia. nunca me deu para pensar nisso, ou pelomenos com tanta frequencia, mas desde que te despediste, nao sei porque razão receio a palavra.
Sofro com o teu silêncio, choro com a tua ausencia.
O teu neto decidiu ficar com a tua casa. Vai reconstrui la e fazer dela o seu ninho. Apoiei. Sabes que sempre gostei da casa mas nao do sitio.
Olho de fora... e lembro me dos finais de tarde de verão sentada á sombra do "chorão" ajudar te a arrumar o milho. Lembro me do resto chao em terra batida e a pipa de madeira. Lembro me de noites de Inverno à lareira na pequena cozinha, sentar me num baixinho banco de madeira e comer sopa de feijão.
Tantas recordações, tao triste o sentimento que me corrói a alma envolvendo arrependimento de nao ter, ao longo da minha vida, ter passado muitas mais horas contigo.
Quase a fazer um ano e parece que foi ontem que disseste adeus.
Continuas a ser importantissima na minha vida....
amo te
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