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fim de tarde




de inverno...


a brisa fresca e leve toca lhe no rosto, sente que alguem lhe envia algo. faz o que tem por habito todos os fins de tarde. o banco do jardim de frente para o rio, debaixo daquela arvore . o banco espera a como se de um amigo se tratasse. senta se e encolhe as pernas para que o queixo se pegue com os joelhos. a sombra que ultimamente a tem visitado ja a espera. ela sente que tem aquela companhia está ali apenas para a ouvir. o silencio acompanha aquele fim de tarde. olha em redor e repara mais uma vez no tronco torto e seco que teima em nao cair, na arvore que faz de abrigo áquele momento, nas folhas estaladiças que desaparecem com um sopro. nada mudou, o rio continua ali, o sol continua a despedir se no mesmo sitio. o sossego é o que mais a encanta ali. nao quer que ninguem a veja, foge do mundo como se este fosse o pior inimigo que se possa ter. aconchega o cachecol e o gorro, o frio entranha se por uma qualquer vista à pele. suspira e pergunta à arvore se quer ser o seu abrigo, ao rio se o pode acompanhar e ao sol se pode se esconder com ele. nao tem resposta. talvez nao queira sequer ouvir. talvez apenas queira ficar ali ate nao enxergar mais nada. ja fez tantas perguntas às quais so ouviu um silencio que mais nada lhe importa neste momento. fuma um cigarro enquanto pensa no proximo passo. o monotonia invadiu lhe a vida sem pedir licença e ela aceitou a sem pestanejar. sabe que alguma coisa tem que ser feita, um passo em falso fará o seu mundo ruir. mundo que tem as paredes podres e prestes a ruir. nao se importa, ja sofreu tanto nele, ja se magoou tanto que pouco lhe importa o que lhe possa a contecer. nao quer voltar ao mundo onde sempre viveu, tem vontade de criar uma bola de sabão e viver nela sempre. à prova de tudo, de desilusoes, de tristezas de mágoas e ate de sonhos, porque se por um lado comandam a vida, depressa nos desanimam. sabe que nunca será suficientemente boa para alguem por mais que faça por o merecer. levanta se com a vontade de ficar, sabe que vai voltar para o mesmo, fazer, ouvir, dizer as mesmas coisas. as expectativas que carrega de alguem sao demasiado altas. so quer estar ali, num sitio so dela, onde so vê quem quer e so ouve o que lhe apetece. . talvez queira ficar e enfrentar ou ficar e habituar se. de qualquer maneira a tristeza que se entranhou nas suas veias nao desaparece. nao tem a minima vontade de sair daquele banco e encarar alguma coisa, se ao menos tivesse razões para querer sorrir. so quer o que nao tem tido.. paz.. so pede o que está ao seu alcance, so quer que a compreendam e nao a critiquem...
aperta o casaco.. está na hora de voltar ao mundo real. àquele sitio diz baixinho um meigo... ate amanha...


ps: eu digo um... ate breve...

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